O tabuleiro político de Tucuruí virou um verdadeiro campo de guerra nesta terça-feira (6), com o TSE chutando pra escanteio a candidatura do agora ex-prefeito Alexandre Siqueira, confirmando sua cassação e jogando a cidade de volta para as urnas. O pleito que o reconduziu ao cargo foi anulado, pelo TSE por abuso do poder econômico e compra de votos em processos anteriores.
A decisão desmontou, sem cerimônia, o palco de ilusões armado nas eleições de 2024, e o velho clima de Fla-Flu político promete voltar com mais veneno ainda em 2025. Não há pesquisas, não há favoritos consolidados, só uma certeza: a pancadaria vai ser de alto nível. E no ringue, duas mulheres com sangue nos olhos: Andreia Siqueira e Eliane Lima.
De um lado, Andreia, deputada federal pelo MDB, esposa do cassado e herdeira natural do grupo governista. Tem popularidade, tem aliados, tem a máquina na mão — afinal, a prefeitura caiu no colo de Jairo Holanda, presidente da Câmara e parceiro de longa data do clã Siqueira. Um jogo de xadrez? Não. É dominó marcado mesmo.
Do outro lado, Eliane Lima, a opositora incansável, ex-deputada estadual, segunda colocada nas duas últimas eleições e a principal responsável por puxar o fio que desmontou o império Siqueira. Eliane não recua, não afina e sabe muito bem onde pisa. Tem história, tem povo e tem sede de revanche.
As eleições suplementares ainda não têm data, mas já têm enredo: duas titãs se enfrentando pelo comando de uma das prefeituras mais estratégicas (e cobiçadas) do Pará. E que ninguém se iluda: subestimar qualquer uma delas é pedir pra sair de maca eleitoral.
Se há uma palavra que define o que vem por aí em Tucuruí, é esta: imprevisão. O resto é ego, estratégia e faca nos dentes.