Roteiro pronto: Helder anuncia saída e “mandato tampão” para Hana

No dia em que anunciou Hana Ghassan como sua sucessora ao governo do Pará em 2026, Helder Barbalho não só confirmou sua estratégia eleitoral como ampliou o fosso na relação com Daniel Santos, prefeito de Ananindeua. O desgaste não é novidade na política paraense, mas os atritos vêm se acumulando.

Na disputa pelo segundo maior colégio eleitoral do Estado, Helder e Daniel testaram seus limites — e ambos saíram com perdas. Helder apostou alto, lançou aliados na eleição municipal e perdeu. Daniel, embalado pela popularidade, seguiu expandindo sua influência pelo interior, apesar dos percalços judiciais. Nada está garantido, e só as urnas vão definir o futuro, mas o cenário segue imprevisível.

Em Brasil Novo, na Transamazônica, governador reafirma proposta de linha sucessória sem tomar conhecimento das queixas da base aliada/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

Jogada calculada

Helder é um animal político e sabe o que faz. Em discurso no fim de fevereiro, na Transamazônica, confirmou que Hana assumirá o governo no início de 2026 — parte da sua estratégia para disputar uma vaga no Senado ou, quem sabe, compor uma chapa presidencial. O movimento foi pensado para garantir continuidade, mas nem tudo tem sido tranquilo nos bastidores.

Hana e a boneca russa

Desde o anúncio, Hana Ghassan tem sido uma figura multifuncional no governo: vice-governadora, ex-secretária de Planejamento, gestora de cortes de gastos e coordenadora da COP30. Mas dentro da base aliada, o nome dela não é consenso. Na Transamazônica, por exemplo, foi rejeitada como “Rainha do Agro”, um recado claro de que o setor não a vê com bons olhos — e nem ao governo.

Base desconfortável

Mesmo após Helder sinalizar em Brasília que sua candidata à sucessão é Hana, aliados seguem resistentes. A falta de capilaridade política da vice incomoda e já foi motivo de testes internos, como sua sondagem para a Prefeitura de Belém — onde estacionou com 8% das intenções de voto. No fim, o próprio Helder segue insistindo na aposta.

Ponto sem retorno

Agora, com a sucessão desenhada e um “mandato emitido” para Hana, conforme registrado em vídeo na Transamazônica, Helder tem uma missão clara: torná-la eleitoralmente viável. Eleger Hana para um mandato cheio é outro jogo — e os próximos capítulos dirão se essa aposta vai decolar ou naufragar.

Com Portal Olavo Dutra

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